Não houve comprador no primeiro leilão do matadouro

 

O Mafir (Matadouro e Frigorífico Industrial de Roraima), pertencente à Codesaima (Companhia de Desenvolvimento de Roraima) ainda corre sério risco de ser leiloado.

A unidade foi colocada como item para ser arrematado pela empresa Amazonas Leilão, no último dia 4 de dezembro, na cidade de Manaus-AM. Nesta etapa não apareceu nenhum interessado a pagar R$ 22.129.110,40 pelo abatedouro, apesar de 298 pessoas se declararem habilitadas a participarem do leilão.

Uma segunda chamada será feita no dia 11, próxima terça-feira, e o preço do lance é de R$ 11.064.555,20. Caso não surja um comprador, as negociações da dívida de R$ 5 milhões que a Codesaima tem com a Eletrobrás, devem ser reiniciadas.

O leilão do Mafir faz parte do processo de cobrança que a distribuidora  moveu contra a Codesaima por não pagamento do fornecimento de energia desde 2004. Em 2009, quando a empresa reiniciou as suas atividades, depois de passar dois anos em processo de liquidação (2007-2009), foi firmado um acordo para sanar a dívida. O Mafir, que era uma das poucas unidades que permanecia em atividade, foi colocado como garantia da negociação.

Depois de várias mudanças, na direção da Companhia, onde pelo menos 12 presidentes foram efetivados no cargo de 2009 a 2018, a Eletrobras, alegando que o acordo não foi cumprido e a dívida já estava em R$ 5 milhões, pediu a execução da Codesaima na Justiça.

Desde o dia 27 de agosto deste ano, a Empresa está sob intervenção da Justiça do Trabalho, devido  inúmeras denúncias de contratação irregular de funcionários e má gestão de recursos.

O diretor presidente interventor judicial, Diego Bezerra, e sua equipe não puderam evitar o prosseguimento da ação. A assessoria Jurídica da Codesaima encaminhou uma solicitação de suspensão do  leilão que foi indeferida pelo Tribunal de Justiça. A decisão interlocutória, assinada pelo Juiz de Direito da 4ª Vara Cível, Jarbas Lacerda de Miranda, não aceitou as argumentações feitas pela  Empresa e manteve o andamento do processo.

No dia 30, a assessoria jurídica apresentou um agravo que é um recurso contra a determinação interlocutória  de Jarbas Miranda, mas o desembargador Cristóvão Suter do TJ-RR também não considerou as argumentações suficientes para parar o leilão.

A  Codesaima pretende entrar com quantos recursos forem possíveis para evitar o segundo leilão do dia 11.